Era uma vez um sonho que teceu
Uma sombra no meu leito anjo-protegido,
Tal que uma formiga se perdeu
Onde na grama eu me pensava caído.
Preocupado, perdido e esquecido,
Sombrio, fatigado e da viagem cansado,
Por arbustos emaranhados, entristecido,
Ouvi ela então em seu ditado:
‘Ó, minhas crianças! elas choram?
Elas ouvem seu pai suspirar?
Primeiro enxergar lá fora buscam;
Depois voltam por mim a chorar.’
Escapou-me uma lágrima, de tão penoso,
Mas vi o vagalume adiante,
Que respondeu: ‘Que fantasma choroso
Chama o vigia da noite?
-William Blake